Os acontecimentos no contexto mundial, ao longo dos séculos, mostram-nos que a História não admite saltos e é desta forma também que se dá a evolução de uma Nação do estágio em desenvolvimento para a condição de uma Nação considerada de primeiro mundo, no que tange aos aspectos sociais; econômicos; estabilidade política e, sobretudo, educacional etc. Cada País tem suas peculiaridades, e o Brasil, com seus 520 anos de história, teve como limiar, para a consolidação de seu imenso território e desenvolvimento, as Capitanias Hereditárias, cuja implantação com seus respectivos benefícios e/ou, digamos, malefícios, são motivos de grande controvérsia nos meios acadêmicos, onde se concentram os grandes estudiosos desse assunto, e também, de outros segmentos formadores de opinião. É inexorável que somos uma Nação privilegiada pela “Mãe Natureza”, com extensa costa marítima e uma capilaridade de rios navegáveis invejável; planícies e montanhas verdejantes; fauna e flora que nos concedem uma biodiversidade ímpar, portanto, sem similar no Universo; um clima predominantemente tropical e hospitaleiro; sem registros de grandes eventos de intempéries da Natureza, como terremoto, maremoto, raros vendáveis classificados de considerável intensidade. Ou seja, temos tudo para vislumbrarmos uma futuro promissor para o Brasil. Mas, como tudo não são flores no caminho de um ser humano e também de um Nação, vivemos momentos espasmódicos de evolução e retrocesso. Algumas das causas, desses instantes de retrocesso que presenciamos, são de simples diagnóstico, e, sem maiores pretensões, nos arvoramos em apontá-las: 1ª) Uma perversa distribuição de renda que reproduz, em escala menor, os números que impressionam de que 85 pessoas mais ricas do mundo acumulam riqueza equivalente à metade da população mundial, ou seja, 3,5 bilhões de cidadãos. Ou, por um outro ponto de vista: 1% dos mais ricos tem renda semelhante a 50% da mundial e os “restantes” 99% absorvem os outros 50%. O País mais justo em termos de distribuição de renda é a Holanda, seguida dos Países Nórdicos. Pasmem!, Os Estados Unidos, paradigma do capitalismo, têm uma distribuição um pouco melhor do que a brasileira, uma das piores no contexto mundial. 2ª) O sistema educacional, que abrange os ensino fundamental; médio e superior, eternamente mergulhado em uma crise, tem um diagnóstico desalentador. É só verificar o desempenho pífio de nossos estudantes no PISA ( Programa Internacional de Avaliação dos Estudantes do Ensino Básico) que é coordenado pela OCDE ( Organização para Coordenação e Desenvolvimento Econômico), ambos na sigla em inglês. Aguardemos o resultado dos novos exames, já realizados. No já citado Ensino Superior, o panorama também não é animador. Hoje, nesse meio acadêmico que se pressupõe que existe para a formação de recursos humanos de alta qualificação, vive, ciclicamente, paralisações, e percebam o absurdo, com uma pauta contendo reclamações que vai das carências prevalentes de recursos financeiros para as atividades fins de ensino e pesquisa, até às corriqueiras, porém necessárias e indispensáveis funções meios, de higiene e limpeza e segurança. 3ª) Infraestrutura que compreende as rodovias; aeroportos, neste caso com algumas melhoras em virtude do evento da Copa de 2014; ferrovias, em estados lastimável, e portos, os quais clamam por projetos de modernização, objetivando diminuir os chamados custos Brasil. No caso especial dos portos, sabemos que o País possui cerca de 8.000 Km de vias navegáveis, incluindo as rotas marítimas e fluviais e, portanto, não é compreensível que este privilégio concedido pela Natureza não é devidamente explorado em toda a sua potencialidade com a abrangência e a prioridade adequadas. A moderna tecnologia de automação disponível em navios de porte médio e grande e suas velocidades de deslocamento tornam bastante atrativos esses tipos de transportes em termos de custos e segurança das cargas deslocadas quando confrontado, principalmente, com o terrestre. 4ª) A segurança, outra demanda considerada prioritária pela sociedade, apresentam números estarrecedores, típicos de uma Nação envolvida em contenciosos de guerras. As causas tem merecido profundos diagnósticos de cientistas sociais; sociólogos; antropólogos e exige solução polêmica e de grande complexidade. 5ª) O Sistema de Saúde, cujo modelo SUS representa, sob a nossa modesta opinião, um dos mais desenvolvidos do mundo e que vem se destacando no combate à Covid-19 é objeto de intensa discussões para encontrar solução para obter recursos para financiá-lo, mas todos sabemos que a má gestão das unidades hospitalares é a tônica que predomina. Há muitos países que já adotaram um gerenciamento profissional, com a formação de Recursos Humanos em Administração Hospitalar, com nível de pós-graduação. Existe vasta bibliografia internacional sobre áreas de conhecimento de gestão de empreendimentos aplicadas a esse segmento de suma importância, com realce, para as camadas mais pobre da população. Não se trata de uma visão que prioriza a privatização do setor, pelo contrária, busca sim melhorar sua eficiência e eficácia, com a implantação de modernas metodologias de gestão dos tributos e contribuições que são recolhidos dos cidadãos em prol da Saúde Pública. 6ª) O País necessita de líderes nos segmentos das Casas Legislativas dos níveis Municipais; Estaduais e Federal e nos poderes executivos que tenham uma postura de estadistas, figura que há décadas a Nação carece, de modo que possa enfrentar, sem maiores traumas, essa quadra difícil que na economia e na política o Brasil está experimentando. Não podemos também menosprezar o fato de que o Congresso Nacional e o Legislativo representam um síntese da sociedade brasileira. 7º) Como é indispensável que se tenha uma ótica otimista para superar quaisquer momentos de dificuldades, citamos a existência de Instituições que nos causam um certo alento como: A Embrapa ( Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) que nos coloca como um País líder no Agronegócio e celeiro no contexto mundial; Embraer ( Empresa Brasileira de Aeronáutica S.A.) que constrói Aviões comerciais; executivos; agrícolas e militares de alta tecnologia embarcada e tem grande respeitabilidade no segmento no mundo; Fundação Oswaldo Cruz ( Fiocruz) que faz pesquisa de ponta no desenvolvimento de fármacos, principalmente, no combate às doenças tropicais que afetam a nossa população mais carentes de recursos financeiros e que também desempenha um papel suma importância no desenvolvimento e fabrico de drogas e vacinas para o combate à pandemia que vitima toda a humanidade. 8º) Saibamos explorar mais um benefício da Natureza, que nos contemplou com uma matriza energética predominantemente renovável, com destaque a Eólica e a Solar Fotovoltaica. Como epílogo, como sonhar não é proibido e sem pieguice, desejamos que a nossas Escolas sejam acolhedoras; uma fábrica de cidadãos cônscios de seus direitos e deveres. Aquelas que tenham o tratamento de joia rara no seio de uma comunidade; onde o clima predominante seja o respeito à figura do Professor; que nos conduzam aos primeiros lugares no ranking do desenvolvimento humano e da educação, portanto, que nos tornem verdadeiros e orgulhosos campeões mundiais e olímpicos. As Escolas dos nossos sonhos sejam aquelas que valorizem a vida e respeitem as diferenças e que vejam na família a protagonista para a formação de uma sociedade que dignifique a honradez e a ética nas relações humanas. Sejam aquela que tenham nos seus murais: ” Brasil é o primeiro em educação e em desenvolvimento humano no cenário mundial.”